Como estava na programação que
iríamos três vezes trabalhar pela manhã em campos agrícolas e assim aprender
com os trabalhadores como funciona a reforma agrária sempre constante em Cuba,
hoje fomos pela segunda vez. Nessa ocasião o coordenador geral da Brigada foi
dividindo as cerca de 150 pessoas que estavam presentes. Algumas ficaram nas
plantações entorno do acampamento que da a sustentabilidade para alimentação do
local e outras foram trabalhar em outro campo, cerca de 10 minutos de carro até
lá.
Até o veículo de transporte foi o
mesmo dos trabalhadores, para sentirmos bem na pele o que passam e mostrando o
caráter sério da Brigada em mostrar a realidade do dia a dia. No Brasil o
famoso pau de arara, mas eu diria bem mais moderno, já que é bem mais alto e
dificilmente alguém cai, conosco foi tranqüilo todos nós presentes gostamos da
experiência. Chegando lá havia caminhões despejando terras para plantação, e
adivinhem quem fez a aragem da terra? Essa foi a missão passada para os
brigadistas nesse dia e assim ficamos das 7h até 12h.
Esperando a saída do caminhão que nos levava para o campo agrícola |
Após o almoço e um tempinho para
tomar banho e descansa fomos visitar a Escola Latino-americana de Medicina
(ELAM). Infelizmente era tempo de férias e não havia muita movimentação, apenas
alguns estudantes fazendo esportes ou indo até a biblioteca para estudar. Ali
aprendi que antes de se tornar uma faculdade internacional o local era uma base
militar e com os furacões de 1998 que devastaram os países principalmente
caribenhos, Fidel Castro aprovou a idéia de fazer uma universidade de medicina
para ensinar quem não tem condições de pagar e depois de formado voltam ao seu
país de origem para ajudar a população. E assim é até hoje com participação de
estudantes de 116 países latino americanos, Estados Unidos, África, Ásia e
Oceania.
Fachada da ELAM |
Isso mostra mais uma vez que a
Revolução cubana não acabou com a chegada de Fidel a Havana, mas que estará em
constante transformação e por isso os cubanos tem os mais altos índices sociais
da América Latina. Cuba é um país que exporta médicos enquanto a maioria
exporta soldados e mercenários. Atualmente os colaboradores cubanos estão em 73
países ajudando em missões médicas. No Haiti, por exemplo, estão centenas de
médicos e enfermeiras de Cuba salvando vidas desde terremoto de 2010, mas
sequer foi notícia de rodapé do jornal.
Pela noite assistimos o
documentário norte americano “De pueblo a pueblo” , onde mostra uma caravana
que percorre todo o território dos Estados Unidos tentando conscientizar as
pessoas sobre Cuba, o bloqueio, os cinco heróis, etc. O que me chamou a atenção
foi o número de jovens norte americanos engajados nesse movimento e que usando
algumas tradições culturais modernas dos adolescentes conseguem abrir uma linha
de dialogo com eles, através do hip hop e grafite, por exemplo.